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Coaching só vale a pena se não for com copo de requeijão

23/10/2017

Coaching só vale a pena se não for com copo de requeijão

Não há uma estação específica no ano para se colher coaches no mercado. A certificação desses treinadores comportamentais brota dos institutos formadores aos borbotões há mais de uma década. É como se fosse um terror cheio de videiras sem tempo ruim para entressafra. As uvas que param nos cestos são das mais variadas qualidades. Há as que viram vinhos encorpados, leves, frutados, suaves, secos…

Mas o problema não está, necessariamente, na qualidade da bebida. O xis da questão está em saber se os degustadores estão prontos e preparados para apreciar o produto. Há uma máxima de que vinho bom é o que a pessoa gosta. Melhor que seja assim, porque o preço da garrafa importa, sim, quando se pensa no investimento em um processo de transformação.

Neste caso, se submeter a um atendimento de coaching só compensa se o bebedor de conhecimento não confundir vinho com groselha. Do contrário ele corre o risco de achar que comprou gato por lebre. E, veja, a culpa pode não ser da vinícola, mas sim de quem nasceu para tomar sangue de boi. Pode ficar caro e será um porre do mesmo jeito!

Não fiz questão de fazer essa introdução apenas porque gosto de vinho. Ou para que o assunto descesse redondo. É que tenho me convencido de que coaching só vale mesmo a pena para quem, efetivamente, quer sorver autoconhecimento. Somente para essas pessoas é que servirá um acelerador de resultados. Um sujeito, munido ou não de ferramentas, capaz de tirá-las do boteco das suas vidas.

Digo isso porque se a pessoa mesmo não acreditar na sua saúde, no seu empreendedorismo, na sua fé e não desenvolver crenças fortalecedoras não vai funcionar direito e em alta performance. Nem Cristo fará milagre para tirá-lo das trevas.

Coaching só é coaching se houver ações específicas constantes por parte de quem quer beber o que o dinheiro tiver de melhor para comprar.

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Como virar a chave? Já experimentou reconhecer seu valor? Se determinou a mudar? Qual é a sua missão de vida? Para onde você quer ir? Você é resiliente ou já pensa em jogar a toalha ao sofrer um primeiro revés? A cada dia novas oportunidades surgem em nossas vidas, mas o que estamos fazendo com elas?

São perguntas do dia a dia de coach que preferimos não responder. Ou por falta de reflexão ou por letargia mesmo. Pode parecer frase feita, mas não tema nada a não ser o próprio medo. Também vale parar pra pensar: qualquer coisa que está fora de você nasce dentro. Que história você conta da sua história? Se você não existisse que falta você faria? Já pensou nisso? Eu não tinha.

Um caminho que um coach costuma apontar é a da pessoa ressignificar os maus momentos. Ou seja, buscar intenção positiva em tudo que acontece na vida, potencializando autoestima e amor próprio. É fato: no veneno sempre estará o antídoto. O caráter da pessoa é moldado pelas experiências que viveu. Sejam elas boas ou ruins.

O cineasta brasileiro Joe Penna tem uma frase que eu assino embaixo: “Amadores têm motivação. Profissionais têm disciplina”. Para sair do buraco é necessário se comprometer com a mudança. Obstinadamente. A zona de conforto nem sempre é tão confortável assim, mas tem muita gente que prefere apertar o botão do “foda-se” em vez de tomar as rédeas da própria vida.

Não faz sentido pra mim ser passageiro. Sempre preferi ser condutor. Nunca me conformei em tomar vinho em copo de requeijão. As pessoas com atitude e cientes de que precisam mudar de hábitos para avançar não abrem mão de uma delicada taça de cristal. Para estas aí sim um bom enólogo comportamental pode sugerir bons rótulos.

 

Como dizia um sábio amigo, “In vino veritas”. Tradução: no vinho está a verdade.

Carlos Alencar_quadrado
Carlos Alencar

Diretor Executivo