As mídias sociais se tornaram fonte de informação para o público e até mesmo para os jornalistas. A assessoria 3.0 é o serviço que surge a partir da necessidade das empresas de trabalhar a imagem dos executivos nas redes sociais, para que eles sejam referência também no ambiente digital.
É o trabalho feito nas redes dos executivos de uma marca, para fortalecer a imagem deles nas mídias sociais e torná-los reconhecidos por diversos stakeholders.
“A assessoria 3.0 é uma ferramenta de comunicação que deve ser guiada por uma estratégia bem definida. É importante que as ações que envolvam os perfis dos porta-vozes nas redes estejam em consonância com as de assessoria de imprensa, social media, marketing de conteúdo e outras. A comunicação tem que ser sincronizada”, explica Lais Guarizzi, presidente da G&A Comunicação.
O trabalho nas redes sociais dos porta-vozes caminha em paralelo com as ações de relacionamento entre executivos e imprensa, que podem ser desenvolvidas por meio de encontros, sugestões de pauta, entrevistas e elaboração de artigos. Os bons resultados se complementam, uma vez que um porta-voz relevante nas redes sociais tende a ser mais requisitado pela imprensa e alguém que está sempre na mídia atrai público para os seus canais digitais.
Cabe ao assessor provocar os executivos para disseminar conteúdos relevantes e torná-los referência nas mídias sociais. Os temas podem variar e as plataformas também, embora a mais usada para fins profissionais seja o LinkedIn. O importante é se manter antenado sobre as tendências do setor, escrever textos que possam ser de interesse de sua rede de contatos e gerar um efeito multiplicador. Se a ação for bem coordenada, contemplando referências acadêmicas e de mercado que possam ser utilizadas por outros profissionais, há um efeito positivo nas redes (aumento de interações e seguidores) e na reputação do porta-voz e da empresa.
Cabe ao assessor 3.0 orientar o executivo na criação do conteúdo
A geração de conteúdo não se restringe mais aos jornalistas – a notícia está na ponta dos dedos de qualquer um que esteja conectado. No caso de executivos e CEOs de grandes corporações, as postagens podem atingir mais visualizações que veículos tradicionais de comunicação. Isso traz um grande poder de influência, mas também muita responsabilidade para o porta-voz. E qualquer falha pode viralizar na velocidade da internet. Recentemente, muitos executivos passaram por problemas ao fazer declarações equivocadas durante pandemia, causando uma crise de imagem para as marcas relacionadas a eles.
A assessoria 3.0 deve contar sempre com uma estratégia de gestão de crise adequada aos riscos potenciais que a empresa e o executivo estão expostos e ao nível de influência que os perfis possuem. “Tudo deve ser muito personalizado, pois cada marca tem questões que são mais sensíveis. Além disso, há executivos que são mais influentes que outros. O ideal é que a estratégia fique sempre na gaveta e que não haja crise, mas a assessoria tem que estar preparada”, comenta Lais Guarizzi.
Falar em nome da empresa nas mídias sociais é diferente de administrar um perfil com fins pessoais no LinkedIn ou Twitter. A comunicação corporativa tem “do’s” e “dont’s” que o executivo pode não estar familiarizado e, por isso, a assessoria deve prepará-lo com media training antes de expô-lo a qualquer mídia.
O trabalho do assessor 3.0 é muito mais de consultoria e curadoria do que de geração de conteúdo. É importante que o executivo mantenha seu jeito de se comunicar e que continue postando coisas do seu interesse pessoal. Muitas vezes o executivo já é um influenciador no seu nicho e preservar a sua “personalidade” nas redes é essencial para que ele continue se comunicando bem com seu público.
Se uma marca tem um discurso inclusivo e um executivo faz um comentário homofóbico, é crise na certa. As redes sociais dos executivos e da marca devem falar a mesma língua e estar alinhados em relação aos valores e às mensagens que a empresa quer passar por meio das mídias digitais.
A assessoria 3.0 é uma oportunidade para as marcas aumentarem sua exposição e relevância nas redes sociais por meio dos seus especialistas. Um trabalho coordenado e efetivo gera resultados positivos nos meios digitais, na imprensa e melhora a “blindagem” da empresa contra crises de imagem.
Esse texto foi produzido por Mônica Pontes e atualizado em 30.6.2020 por Mila de Oliveira.
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