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O avanço dos prêmios verdes e a comunicação do valor compartilhado

15/12/2017

O avanço dos prêmios verdes e a comunicação do valor compartilhado

Recentemente vimos os resultados de dois importantes prêmios corporativos capitaneados por grandes veículos no Brasil – o Guia Exame de Sustentabilidade e Prêmio Empresa Verde, da Época. Coincidência ou não, os resultados ampliaram a receita, de maneira sustentável, tanto do negócio quanto das comunidades locais na região da Amazônia.

No Guia Exame, o título de Empresa Mais Sustentável do Ano foi conquistado pela Natura, que também recebeu destaque como Empresa Verde na categoria Indústria do prêmio da Época. Operação sustentável não é uma novidade para a Natura, mas neste ano a empresa conseguiu, mesmo em um período de inédita queda para o mercado de cosméticos, ampliar a cadeia de fornecedores locais na Amazônia. Foram beneficiados diretamente mais de 2800 famílias, sendo que 28 comunidades passaram a atuar no reflorestamento de espécies cujas sementes são utilizadas como matéria-prima de óleos utilizados em produtos para cabelo.

Já a categoria especial de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) do prêmio da Época teve a Pecsa, Pecuária Sustentável da Amazônia, como vencedora. A conquista se deu após a empresa aumentar os lucros da pecuária na região sem precisar aumentar a área desmatada. Da mesma forma como a Natura, o relacionamento foi feito junto à comunidade local. No caso da Pecsa, o produtor oferece a terra, as instalações e o gado. Já a empresa entra com tecnologia, gestão financeira e investimentos em melhorias de gestão.

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Diante de casos que despertam o trabalho integrado entre empresa e comunidade com geração de benefícios para ambos e redução de impacto ambiental, o Guia Exame deste ano trouxe à tona o conceito de valor compartilhado. O termo nada mais é do que encontrar oportunidade de negócio por meio da solução de problemas sociais. E isso ficou bem claro nos projetos apresentados pelas empresas que foram destaque nos prêmios deste ano. Postura filantrópica, realização de projetos via leis de incentivo ou ainda patrocínios, por exemplo, não estão mais na agenda principal de sustentabilidade e responsabilidade social das grandes empresas. E que bom que não estão! Agora elas dão lugar a projetos que estão relacionados ao negócio, com sucesso econômico e progresso social.

O mais legal quando se fala em valor compartilhado é que ele incentiva a inovação. Somente nestes dois casos mencionados vimos que foi proposto um novo sistema de trabalho. Em contraponto, quanto mais se fomenta a inovação nas empresas maior também deve ser o valor compartilhado, num ciclo virtuoso de benefício mútuo – sistema que tem tudo para dar certo, principalmente em momentos de crise econômica e problemas sociais.

Ter um desses prêmios aqui mencionados na estante do escritório valoriza um esforço direcionado na busca por operações mais sustentáveis e traz um enorme ganho de imagem.  A participação em prêmios como os aqui mencionados configura uma forma bem autêntica de comunicar a sustentabilidade.

Ao analisar as entrevistas de executivos das empresas reconhecidas, podemos ver cada vez mais coerência e autenticidade no discurso corporativo. Coerência que é fruto de relações com empatia. Afinal, o relacionamento com a comunidade deixou de ser apenas a manutenção da pracinha da cidade, o patrocínio de um evento local ou a pintura da escola. Vai muito além disso, de modo que ao compartilhar valor, se gera renda e progresso social.

Veremos o que nos espera nos prêmios de 2018!

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Natália Pereira

Coordenadora de Atendimento da G&A Comunicação Corporativa